Durante os meses mais quentes do ano, alguns problemas oculares, podem ser observados com maior frequência. Saiba quais são as doenças oculares mais comuns e quais os principais cuidados, que devemos ter com os olhos de nossos animais de estimação durante o verão:
Inflamações palpebrais são especialmente frequentes em cães alérgicos. De maneira geral, nesta época do ano, a exposição aos alérgenos do ambiente, como pólen e grama é mais comum.
Blefaroconjuntivite alérgica em um Pit Bull Terrier – Foto: ProOftalmoVet
Dicas importantes: Caso observe coceira ao redor dos olhos do seu pet, áreas sem pelo, vermelhidão e/ou secreção, procure uma avaliação oftalmológica imediatamente.
Conjuntivites bacterianas, apesar de raras em cães, podem ocorrer em animais que entrem em contato com água contaminada. Esta é uma situação favorecida, quando piscinas são compartilhadas com outros animais, além de lagos, rios e riachos.
Quais sinais devo ter atenção? Quais são os primeiros cuidados?
Caso note vermelhidão na parte interna das pálpebras ou ao redor do olho do seu animal de estimação, presença de secreção com aspecto amarelo ou esverdeado, lave abundantemente com solução fisiológica (Cloreto de Sódio 0.9%, disponível em farmácias) e cuide para que seu pet não coce os olhos, providenciando o uso de um colar elisabetano (“cone protetor”), se necessário.
O sol pode prejudicar os olhos do meu animal?
A exposição aumentada à radiação ultravioleta, pode sim causar distúrbios inflamatórios (blefarite actínica) e predisposição ao aparecimento de tumores (neoplasias) palpebrais, principalmente em animais brancos e/ou com pouca pigmentação melânica nas pálpebras.
Outra condição que pode ser agravada em cães que ficam muito expostos ao sol, é o Pannus (também denominada Ceratite Superficial Crônica), que é uma condição hereditária muito comum no Pastor Alemão, Border Collie e raças correlatas, mas que também é frequente nos S.R.D’s (“Vira-Latas”).
Pannus em um S.R.D – Foto: ProOftalmoVet
O que devo fazer se meu cão gosta de ficar no sol?
Evite a exposição direta destes animais à radiação UV, especialmente nos horários de forte incidência, entre as 10h e às 16h, e procure um Oftalmologista Veterinário para iniciar um tratamento apropriado. Além disso, animais que toleram o uso de óculos próprios, podem utilizá-los durante atividades “outdoor”.
Óculos de proteção – Fontes: wwof.doggles.com ; rexspecs.com
Doenças infecciosas transmitidas por vetores que são mais comuns no verão, como mosquitos e carrapatos, também causam comumente problemas nos olhos. É o caso da Erliquiose canina (“doença do carrapato”) e da Leishmaniose, não comum em Curitiba, mas facilmente encontrada em cidades mais quentes do estado.
Dica importante: Mantenha os protocolos de imunização e de medicações preventivas para ectoparasitas (pulgas e carrapatos) sempre em dia! Isso ajudará a evitar doenças transmitidas por estes vetores.
Algumas vezes os olhos mostram alterações antes mesmo de outros órgãos. Caso note sinais de vermelhidão na porção branca do olho (esclera), sinais de turbidez ou opacidade, dor ou desconforto, procure imediatamente um Oftalmologista Veterinário.
Referências:
Weingart, C., Kohn, B., Siekierski, M., Merle, R., & Linek, M. (2019). Blepharitis in dogs: a clinical evaluation in 102 dogs. Veterinary dermatology, 30(3), 222-e69.
Ferreira, M. R. A., Freitas-Filho, E. G., Dias, M., & Moreira, C. N. (2012). Prevalência, fatores de risco e associações laboratoriais para erliquiose monocítica canina. Enciclopédia Biosfera, 8(15), 1345-1356.
Denk, N., Fritsche, J., & Reese, S. (2011). The effect of UV‐blocking contact lenses as a therapy for canine chronic superficial keratitis. Veterinary ophthalmology, 14(3), 186-194.
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